126 anos do Diário Popular
Uma Pelotas de (e para) todas as idades
O município abraça também a sua população da terceira idade em termos de atitudes e programação
Jô Folha -
Aos 63 e 69 anos, respectivamente, o casal Luna e Hermes Alves compartilha além dos frutos de uma história construída ao longo de mais de quatro décadas juntos, um amor: a cultura. Dos festivais de música e dança ao choro no Mercado Central de Pelotas, dos shows que lotam o Theatro Guarany à casa do ilustre pelotense João Simões Lopes Neto. Por entre as atividades culturais que movimentam a agenda da cidade, ambos circulam nos mais diversos dias e horários da semana, assim como uma grande parte da população pelotense que chegou à terceira idade. Uma população que a cada ano fica mais velha, porém não menos ativa.
Assim como Luna e Hermes, Heloísa Lopes, 82, também é fã da programação cultural que movimenta Pelotas, tanto a oferecida pela prefeitura quanto a de outros agentes, até mesmo como o DP, que neste ano promoveu a vinda de atrações, entre elas o Padre Fábio de Melo, aprovado pela aposentada. “O show do Padre Fábio de Melo foi um dos melhores eventos do ano, mas claro que já me preparo para o Zé Ramalho, em setembro, que irei com certeza.” Nem mesmo os problemas de saúde, os quais dificultam a sua locomoção, a impedem de prestigiar os grandes nomes que passam pelo município. “Eu sempre levanto e danço no meu lugar mesmo, do jeito que dá, claro, porque dependo de bengala. Mas vale cada segundo.”
A ativa participação dos idosos na agenda cultural desperta a atenção também da Secretaria de Cultura (Secult). Para o secretário Giorgio Ronna, a terceira idade marca nas atividades fixas do calendário como no Mercado das Pulgas, aos sábados, e também em eventos sazonais, como recentemente ocorreu no Dia do Patrimônio. É também por isto que a Secult ocupa uma cadeira no Conselho Municipal do Idoso e abrange ações específicas dentro dos eventos que oferece. “Percebemos claramente a presença dos idosos e a importância de valorizar este público. No edital de Carnaval do início do ano incluímos os bailes da terceira idade por entendermos o quanto movimentam e são importantes”, relembrou.
Ainda há, é claro, muito o que se avançar. Para quem vive de perto a experiência cultural da cidade não há como fugir das críticas. “O Sete de Abril estar fechado durante todo esse tempo é lamentável, além de menos um espaço para as atrações, também nos deixa com a opção mais cara, que é o Guarany”, diz Luna. Nesta hora o benefício da meia-entrada é decisivo, reforça o casal, para viabilizar a ida aos espetáculos que passam pelo teatro.
Uma facilidade que chegou junto com a idade e acabou por incentivá-los a ir para rua. Os benefícios são inúmeros.Amizades que surgiram, espetáculos que foram prestigiados, laços reforçados e uma rotina que se movimenta constantemente para preencher os espaços e tempos que chegam com a aposentadoria. “É uma vida que aos poucos a gente foi adotando, mas que só contribui para o nosso bem-estar e, claro, alegria de viver.”
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